Com a efetivação das novas tarifas de exportação de produtos brasileiros para os Estados Unidos, a partir de amanhã, cresce a angústia das indústrias exportadoras pela evidente redução e até perda de clientes no maior mercado consumidor mundial. Especificamente para o setor de madeira e móveis, há o entendimento de que a sobretaxa não recaia imediatamente devido à investigação paralela em andamento nos Estados Unidos.
Na reunião virtual realizada ontem pela Câmara de Comércio Exterior da FIESC – Federação das Indústrias de Santa Catariana, a sua presidente Maria Teresa Bustamante sustentou a informação que integra a ordem executiva de 30 de julho, que aumenta em 40% as tarifas e define produtos isentos. Na seção 3, consta que os produtos investigados pela chamada seção 232 não recebem a nova taxação.
A seção 232, relativa à lei de expansão comercial, foi aberta em 1º de março de 2025 para investigar o impacto de determinadas importações pelos Estados Unidos e defender a segurança nacional norte-americana. Madeira e derivados, o que inclui móveis de madeira, estão contidos nesse estudo. O prazo máximo para encerramento da investigação é 26 de novembro de 2025, com possibilidade de ser definida a qualquer momento. A partir de entrega do relatório, o presidente americano tem 90 dias para tomar sua decisão. É quando, na prática, seria definida a taxa de importação desses produtos.
A presidente da Câmara de Comércio Exterior aconselha que as indústrias exportadoras verifiquem diretamente com seus importadores e agentes aduaneiros sobre a manutenção da atual taxa de importação, que está em torno de 10%. Pode haver situações diferentes, de acordo com a característica de cada produto. Por isso, há necessidade de se obter segurança jurídica para evitar problemas nas aduanas por impostos indevidos.
A executiva especializada em negócios internacionais da FIESC também faz um alerta sobre o momento de insegurança que vivem as relações entre Brasil e Estados Unidos, o que impacta diretamente nas negociações entre importadores e exportadores. O fato é que, por determinação unilateral do presidente americano, novas medidas podem ser anunciadas a qualquer momento, alterando o cenário dos negócios. As entidades empresariais, por sua vez, continuam pressionando o governo brasileiro a negociar, com diplomacia e seriedade, a revisão das medidas já anunciadas pelos Estados Unidos.
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