O anúncio da possível alíquota de 50% para as exportações de produtos brasileiros aos Estados Unidos tem movimentado as entidades empresariais. O impacto seria imediato, especialmente para estados que possuem amplo comércio com o mercado norte-americanos. É o caso de Santa Catarina, onde as indústrias venderam ao país US$ 847 milhões no primeiro semestre deste ano.
A Câmara de Comércio Exterior da FIESC – Federação das Indústrias de Santa Catariana, em reunião virtual realizada na tarde de ontem, trouxe posicionamentos e ações da entidade a respeito do tema. Uma das informações mais expressivas, compartilhadas pela presidente da Câmara, Maria Teresa Bustamante, trata do setor moveleiro, altamente relevante para a economia do Planalto Norte.
Segundo informações emitidas pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, os produtos de madeira e seus derivados, incluindo móveis, nesse momento não seriam atingidos pela alíquota de 50%. Essa condição, de manter a taxa atual, em torno de 10%, prevalece até a definição da chamada seção 232. Trata-se de uma investigação em andamento, que estuda o impacto dessas importações pelos Estados Unidos e defende a segurança nacional norte-americana. Uma taxação diferenciada, menor ou maior, pode ser determinada pelo governo americano.
Os Estados Unidos são o maior comprador dos móveis fabricados no polo de São Bento do Sul. No primeiro semestre deste ano, 62% (US$ 39,39 milhões) das exportações do setor na região seguiram para o país. As exportações totais das indústrias moveleiras do polo somaram US$ 63,33 de janeiro a junho. Esse volume representa 50% das vendas internacionais do setor em Santa Catarina.
A FIESC, em conjunto com as Federações das Indústrias do Paraná e Rio Grande do Sul, está trabalhando de forma alinhada, recomendando que o governo brasileiro não aplique a lei da reciprocidade, mas esgote todas as possibilidades de negociações. Estão sendo feitos ainda contatos com entidades empresariais dos Estados Unidos para que façam pressão ao governo americano pela manutenção das atuais taxas de importação de produtos brasileiros.
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